domingo, 1 de maio de 2011

Onde, onde?

"Olha
A gota
Que estava ali"

A efemeridade é realmente incrível. É assustador e, ao mesmo tempo, fascinante como tudo muda no decorrer de um segundo. A sua posição no planeta, no universo. A posição dos seus pensamentos.

Por isso que a gente não tem o dom da confiança. Deve ser inato do ser humano saber que a palavra dita é suscetível a rápidas mudanças. Deve estar entranhado no nosso inconsciente. E ainda, quando você consegue depositar certa confiança, no que for, uma certa mudança faz tudo se esvair.

Mas a gente precisa entender, que mudar é normal. Obviamente, não devemos confundir mudanças com mentiras ou desrespeito. Acredito que o respeito seja único. Este medeia todas as relações, para que não haja desentendimentos e conflitos entre as pessoas.

Infelizmente, a grande maioria das pessoas não sabe como relacionar essas duas vertentes que regem (ou deveriam reger) nossa vida - mudança e respeito.

Por isso há brigas. Mentiras. Guerras. Pobreza. E tudo o mais.

Tudo muda. Tudo sempre vai mudar. Cabe a nós saber como amenizar estas mudanças, se causar o mal-estar do próximo ou amplia-las se for causar o bem.

A gota já caiu. Mas a próxima está vindo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Tudo Passa

Às vezes, encontrar a palavra certa é tão difícil. Às vezes, ruminar sentimentos oprimidos e momentos esquecidos é tão sofrido.

Às vezes, o Sol ta lá em cima. Bem acima da minha cabeça. E brilha tão forte. Tão forte que dói. Arde. Queima.
Às vezes, o Sol se esconde. Fica numa montanha tão alta e escondida e eu não consigo acha-lo (sinto falta do ardor). E ai faz frio. Doem os ossos. A ponta do nariz fica quase quebradiça (sinto falta do calor opressor).
E o Sol volta. Tão quente, tão quente... Queria que o Sol fosse embora (como ardem minhas costas!).

E vai e volta... E quando está, queria que se fosse. E quando se vai, queria que estivesse.

[...]

Então um dia o Sol voltou. Mas veio com ele uma nuvem. Nuvem bonita, nuvem amiga. Quando ardia muito, ela se colocava parcialmente na frente do Sol. E ai não ardia mais. Era bom.
E ai pensar naquilo tudo não mais machucava. Era como um calor encoberto por uma nuvem.
Era morno... A ideia de que nada dura pra sempre abrandava os pensamentos bons que machucavam. E as imagens tornavam-se brandas.

Um calor bom. Não ardia mais. Não doía mais.

A nuvem ficou lá.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Be Free

Como a vida é misteriosa.
[...]
Viemos ao mundo.
Estamos no mundo.
E depois... e depois?

Cada segundo passa incrivelmente rápido. Pã. Milhares de coisas aconteceram. Pã. Vidas floresceram. Pã. Morremos.

Ah, mas ainda, esse derradeiro final não a nós ocorreu. Do contrário, este texto a teus olhos estaria obscurecido pela terra e pelos vermes do cemitério. Ou de onde quer que estejamos.
Deixemos esta obscuridade de lado - brindemos à Vida.
Boa Vida, bela Vida... Pense só: tanto planetas, tantos lugares... Aqui estamos. Vivendo. E amanhã... Amanhã já não sei o que acontecerá. Sei apenas de possibilidades. De verdades que, com uma simples interferência de outras Vidas, podem mudar.
[...]
Tudo é tão diferente, mas parece tão igual e monótono a tantas infelizes pessoas. Claro, se estas consideram o passar da vida, o tic-taquear do relógio, tediantes, pois bem, precisam de uma reflexão profunda. Oh, como sou redundante nesta miserável página da incrível rede criada, pelo homem, que interliga tantas mentes, ao dizer que a vida é breve como o piscar dos olhos...

A redundância é necessária. Por que te prendes tanto? Para que tanta falsa moralidade, tantos conceitos enfiados na nossa mente? Que moral é esse que, também obra do homem, prende, maltrata, impede? É mesmo necessário tudo isto?
No dia que resolveres deixar de lado tantas amarras, será o dia em que viverás verdadeiramente.

Moral são conceitos feitos para que te esqueças de procurar a verdade. A tua moral, a moral inerente ao ser humano - chamemo-la de ética. Sim, esta sim pode te guiar. Pois veio de ti. Tu a descobristes.

Mas e quanto tempo aguardarás por este momento? No fim da vida? No teu leito de morte? Ah, a Morte. Implacável. Antítese impassível da adorada, porém rígida e misteriosa Vida.

A Morte chega, Vida se vai. Tão discretamente que tu nem percebes. Estás disposto a perder tudo, sem ter ganho nada?

Tic... Tac...

domingo, 13 de março de 2011

The Sun is There

Um dia você acorda sentindo-se diferente. Percebe, ao abrir os olhos, a forma esférica da Terra. Perde-se em pensamentos observando as listras do teto…
- Quanta gente interessante há no mundo! Cada um com sua filosofia de vida… Você fecha os olhos, arrependido por ter sido tão misantropo nos últimos tempos. Quão perdido tornara-se na sua solidão premeditada. Agora, anseia por um diálogo. Cansara-se dos intermináveis solilóquios - foram bons, claro, mas por que manter tantos bons e construtivos pensamentos no cárcere da mente? Chegou a hora de compartilha-los com o mundo.
- Vá, querida Solidão! Sua companhia foi-me demasiadamente formidável. Mas chegou a hora de alçar vôo. Chegou a hora de colher os bons frutos que sua silenciosa companhia me rendeu. Devo colhê-los e dividi-los. O mundo anda tão faminto de novas idéias! Alienaram-se todos. Tornaram-se uniformes. Mas, oh, não são! Em cada mente mal utilizada há inúmeras engrenagens prontas para funcionar - mas elas aguardam ao comando do seu chefe para serem despertas. Recruto as mentes insanas para dar o beijo do despertar nas mentes são e petrificadas. Vamos, sejamos mosquitos e perturbemos os dorminhocos, até que deixem seu estado de torpor. Façamos também o que os grande filósofos disseram: 1º - Conhece teu eu, 2º - Torna-te esse eu. Seja grande! Cresça, expanda seus pensamentos. Tua vida corre e a cada segundo morre um pouquinho. Alce vôo. O belo e breve instante da vida não dura mais do que o bater das asas de uma borboleta...

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Futuro é bom... É sim

Já percebeu como o futuro amedronta e o passado acolhe? Deve ter algo a ver com isso: o que é novo hoje, amanhã já não mais será. Tudo passa. Até a melhor idéia acaba caindo na armadilha do esquecimento. Afinal, perceba: hoje já não se usa o que outrora fora tão popular, tão novo. Citemos exemplo: fita cassete. Quando lembra-se destas, fazemos um pouquinho de chacota. Imagina então quem ainda as utiliza! Que pré-histórico, não? E a partir daí fica fácil explicar o medo do futuro. Quem não tem medo de ser esquecido e abandonado pela sociedade, por não ter acompanhado tão rapidamente as mudanças globais? Por causa disso, nós acabamos correndo, fazendo de tudo para acompanhar essas constantes atualizações. Mas uma hora cansa. E quando essa hora chega, acabamos por nos agarrar ao passado. Fazer deste o nosso futuro, fingindo que o velho é novo. Queremos acreditar nessa ilusão. Mas, oh, não precisa disso. Cada um tem o direito de viver na época que quiser. Para que apressar? Ou adiar? Viva, apenas viva. Pense bem: se as coisas não mudassem, tudo seria terrivelmente monótono e assustador. Mas se a gente quiser avançar indefinidamente, de nada tiraremos proveito. Equilíbrio é a palavra chave. Um pouquinho a frente, um pezinho atrás... Mas sempre vivendo aqui e agora.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Wake up, fool!

Sophia tinha uma vida comum. Acordava, escova seus dentes e lia. Almoçava, lia, via televisão e ia à academia. Terça e Sexta eram dias diferentes - ela ia ao curso de inglês. Uma vida comum. Fazia o de sempre, sempre.
Um dia, Sophia acordou e viu que em suas mãos tinham rugas. Esse foi o primeiro dia em que ela realmente acordou - havia por anos dormido… Deixou uma boa parte de sua vida escorrer pelo tempo. Ah, se pudesse voltar atrás… Mas ela viu que ainda estava viva. Decidiu imediatamente quebrar as amarras da rotina e da comodidade.
Cada dia agora seria único. Cada dia seria um dia de brinde à vida. Não queria mais o de sempre.
Ela começou a praticar violino. E piano. E bateria. Praticava canto todas as manhãs, fazendo dueto com os pássaros, assistindo ao espetáculo do nascer do sol. Renascia todo dia, assim como ele. Em seguida, ela nadava. Ou corria, ou andava de bicicleta. Ou lia… Um dia Dostoiévski, no outro, uma gramática… Mangás, gibis, romance, ação, fantasia… Ela não tinha um gênero preferido. Ia da história do seu país à história do nascimento do Universo em uma semana.
Sophia continuava com uma vida comum. Mas excepcionalmente bem vivida. Cada troca gasosa efetuada pelo seu corpo era cortejada e agradecida… E em seguida partia.
Um dia Sophia partiu também. Foi conhecer galáxias, nebulosas, estrelas. Fez um dueto com Lennon, tocou Berceuse para Brahms, deliciou-se com as sinfonias de Beethoven, conversou com Nietszche e Salinger, comeu os deliciosos pães de seu antigo padeiro e conversou por horas com a moça que fazia o pedágio de sua cidade… Aprendeu com Einstein que a felicidade é relativa. E flutuou, flutuou… Sorrindo, sorrindo… Ela fez o que quis, viveu, morreu e foi feliz.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Juntos somos unos, múltiplos...

Vamos reinventar? Fora os velhos hábitos, fora a ociosidade venenosa...
Fora o falso moralismo! Queremos o novo, queremos uma sociedade mais coletiva, menos egoísta. Pensemos bem, a coletividade resolve muitos dos velhos problemas: pensando no bem maior, os problemas existenciais desaparecem. A depressão, tão comum atualmente, será curada. Pra que pensar que ninguém gosta de você ou que ninguém se importa, se você pode pensar em ajudar aquela criança engraxando sapato, na esquina do seu trabalho, a ler e escrever? Se você pode pensar em resolver, fazendo pequenas coisas, problemas tão comentados no mundo, mas tão mal explorados? Por que chorar por um brinco perdido, se você pode sorrir vendo as pessoas mais felizes? A comunhão faz a força, a comunhão cria um homem mais bem resolvido com o exterior, e assim, acaba resolvendo os problemas que assolam sua alma. Moramos todos no mesmo lar, somos todos filhos do nada, que de repente, deu origem a tudo. Quão maravilhoso é isso? Um lar redondo, um lar aconchegante... É nosso dever fazê-lo parecer assim. Guerras, brigas, corrupção são caminhos falhos, são erros que homem insisti em cometer, mesmo sabendo, no fundo, que isso é errado. Isso atrasa a nossa vida, isso deve ser extirpado pelo bem da nação do planeta Terra.
A vida é incrível e passa tão rápido. Por que não deixa-la um pouco melhor do que estava quando você chegou?
Haja hoje! O amanhã a nós não pertence.