quinta-feira, 14 de abril de 2011

Tudo Passa

Às vezes, encontrar a palavra certa é tão difícil. Às vezes, ruminar sentimentos oprimidos e momentos esquecidos é tão sofrido.

Às vezes, o Sol ta lá em cima. Bem acima da minha cabeça. E brilha tão forte. Tão forte que dói. Arde. Queima.
Às vezes, o Sol se esconde. Fica numa montanha tão alta e escondida e eu não consigo acha-lo (sinto falta do ardor). E ai faz frio. Doem os ossos. A ponta do nariz fica quase quebradiça (sinto falta do calor opressor).
E o Sol volta. Tão quente, tão quente... Queria que o Sol fosse embora (como ardem minhas costas!).

E vai e volta... E quando está, queria que se fosse. E quando se vai, queria que estivesse.

[...]

Então um dia o Sol voltou. Mas veio com ele uma nuvem. Nuvem bonita, nuvem amiga. Quando ardia muito, ela se colocava parcialmente na frente do Sol. E ai não ardia mais. Era bom.
E ai pensar naquilo tudo não mais machucava. Era como um calor encoberto por uma nuvem.
Era morno... A ideia de que nada dura pra sempre abrandava os pensamentos bons que machucavam. E as imagens tornavam-se brandas.

Um calor bom. Não ardia mais. Não doía mais.

A nuvem ficou lá.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Be Free

Como a vida é misteriosa.
[...]
Viemos ao mundo.
Estamos no mundo.
E depois... e depois?

Cada segundo passa incrivelmente rápido. Pã. Milhares de coisas aconteceram. Pã. Vidas floresceram. Pã. Morremos.

Ah, mas ainda, esse derradeiro final não a nós ocorreu. Do contrário, este texto a teus olhos estaria obscurecido pela terra e pelos vermes do cemitério. Ou de onde quer que estejamos.
Deixemos esta obscuridade de lado - brindemos à Vida.
Boa Vida, bela Vida... Pense só: tanto planetas, tantos lugares... Aqui estamos. Vivendo. E amanhã... Amanhã já não sei o que acontecerá. Sei apenas de possibilidades. De verdades que, com uma simples interferência de outras Vidas, podem mudar.
[...]
Tudo é tão diferente, mas parece tão igual e monótono a tantas infelizes pessoas. Claro, se estas consideram o passar da vida, o tic-taquear do relógio, tediantes, pois bem, precisam de uma reflexão profunda. Oh, como sou redundante nesta miserável página da incrível rede criada, pelo homem, que interliga tantas mentes, ao dizer que a vida é breve como o piscar dos olhos...

A redundância é necessária. Por que te prendes tanto? Para que tanta falsa moralidade, tantos conceitos enfiados na nossa mente? Que moral é esse que, também obra do homem, prende, maltrata, impede? É mesmo necessário tudo isto?
No dia que resolveres deixar de lado tantas amarras, será o dia em que viverás verdadeiramente.

Moral são conceitos feitos para que te esqueças de procurar a verdade. A tua moral, a moral inerente ao ser humano - chamemo-la de ética. Sim, esta sim pode te guiar. Pois veio de ti. Tu a descobristes.

Mas e quanto tempo aguardarás por este momento? No fim da vida? No teu leito de morte? Ah, a Morte. Implacável. Antítese impassível da adorada, porém rígida e misteriosa Vida.

A Morte chega, Vida se vai. Tão discretamente que tu nem percebes. Estás disposto a perder tudo, sem ter ganho nada?

Tic... Tac...