quinta-feira, 22 de julho de 2010

Labirinto

Têm dias que você acorda e pensa que tudo vai dar errado. Seu cabelo está feio e seu coração pior ainda. Você fica calada na mesa do café da manhã e responde apenas o necessário, monossilabicamente. Irrita-se quando seus pais fazem muitas perguntas e fecha a cara (mais do que antes). Irrita-se mais ainda quando eles ficam te chamando de bebezinha, filhinha, amorzinho. "Cara, eu não sou mais criança! Meus atos não sugerem nada? Não quero conversar, me deixem em paz.'' É assim que você pensa. Se tiver coragem, quem sabe não explane isso. O mundo para você está mais do que apenas achatado nos pólos. Está chato, muito chato. Não sabe mais porque vive. Dúvidas e mais dúvidas. A pessoa que você ama, ou amava, não se importa mais como antes e você nem se importa também (não como já se importara). Já doeu tanto. Mas ainda assim, preferia que se importasse. Melhor do que sentir apatia, indiferença. Mas você não se importa. Acorda, respira o dia inteiro sem motivo algum e dorme, o dia seguinte é tão maçante e sem-sentido como o anterior. ALGUÉM, por favor. Alguém me mostre porque eu estou aqui. Por que eu vivo? Quem sou eu? De onde esse mundo veio? Ah… As questões existenciais… São tantas. Muitas perguntas, nenhuma resposta. Minha mente clama por respostas, minhas perguntas estão me matando. Chorei e sofri por outros, mas agora não sei mais se é por eles que lagrimo de vez em quando. Acho que é por mim mesma. Entrei no labirinto da vida e não sei se isso é bom ou ruim. Tem gente que mata. Tem gente que rouba. Tem gente que mente. Por que? Essas pessoas, se continuarem assim, provavelmente nunca descubram quem são de verdade. São apenas marionetes… Acham que manipulam o mundo inteiro, mas elas são as que mais perdem nessa história. Perdem-se mais ainda no labirinto da vida. Talvez morram nele. Não acho que a vida inteira seja esse labirinto… Acho que o meu Eu está no fim desse labirinto. Preciso chegar lá. Preciso me encontrar. O que procuro, afinal, não é um sentido para a vida. Procuro a mim mesma. Talvez seja essa o sentido da vida. Descobrir-nos.
Ah, por favor, não desconte sua raiva na sua família. Eles te amam. Eles me amam. Eles fazem muito mais do que amenizar essa busca incessante que a vida nos impôs. Mas lembre-se:
A jornada é sua e de mais ninguém.

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